quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sete de setembro outra vez!!!

Sete de setembro outra vez!!!

Jonas Balbinot

Era sete de setembro de 1822, as margens do Ipiranga D. Pedro I, estava entrando para a história ao gritar bravamente “independência ou morte”. É ele morreu e outras muitas gerações também “passaram desta para a melhor”, porém a data ficou como um marco em nossa história. Mas marco de que? Quem sabe de um processo histórico, longo e complexo que levou D. Pedro I a declarar nossa independência? Quem sabe de um golpe das oligarquias para livrar-se da dominação portuguesa? Ou quem sabe da conquista de nossa liberdade?
Novamente estamos comemorando a semana da pátria! Ou ao menos deveríamos estar! Afinal essa é a data magna de nossa nação. Durante os anos posteriores à independência, de uma forma ou outra, esse feito foi lembrado, exaltado ou criticado. Os pomposos desfiles militares, eram assistidos pela população eufórica, com a participação de estudantes animados e uniformizados. Assim foi durante a Era Vargas, as comemorações iam de segunda a segunda não importando as condições em que eram realizadas, e eram noticiadas intensamente, através da imprensa. E assim continuou sendo durante o período dos governos chamado de populistas, onde se buscava robustecer o Estado Nacional, economicamente, mas também enquanto nação. Não foi diferente durante o governo autoritário de 1964, que tinham nos desfiles a oportunidade de demonstrar seu poder. Nesse período comparecer ao desfile de sete de setembro era questão de honra para quem se julgasse brasileiro, ou até mesmo questão de polícia.
Na ultima década do séc. XX e inicio do séc. XXI período que sucede a redemocratização do Brasil, ouve-se dizer com muita freqüência, que a época das comemorações cívicas acabou juntamente aos governos autoritários, militares e suas tentativas de forjar um sentimento nacionalista, isso leva o povo a evitar as comemorações cívicas, bandeira, hino, e outros símbolos são esquecidos.
Mas podemos nos perguntar, porque os cidadãos brasileiros não querem sair com a bandeira no dia da independência, não participam de desfiles, não cantam o hino, se é que sabem canta-lo, os estudantes só desfilam quando ganham um ponto na média, afinal pagar mico de graça não pode. Será que perdemos o sentimento nacionalista? Não mais nos orgulhamos do nosso país? Ou esse sentimento mudou de feitio?
Quando num clássico do esporte brasileiro, pintamos a cara de verde e amarelo vestimos camisetas nos enrolamos em bandeiras, cantamos o hino com os atletas, quem não gosta de vencer a Argentina nos “últimos minutos”. Ah tudo bem o Brasil é o país do futebol ta explicado, mas e quando vibramos e nos emocionamos ao ver os vôos de Daiane dos Santos, os pontos da seleção de vôlei, as cestas da seleção de basquete, quando acordamos cedo no domingo para “torcer” para o Barrichelo, ou vamos dormir mais tarde para ver o Popó nocautear alguém, quem não se arrepiou ao ver a bandeira do Brasil sendo hasteada, e ao ouvir o hino no pódio olímpico. Ah, agora sim somos brasileiros de corpo e alma, nos orgulhamos do nosso país, afinal é muito mais fácil ser brasileiro no sofá de casa com pipoca, cerveja, com o controle da TV em mãos, do que na rua vendo desfile, debaixo de sol ou chuva, de pé, em silêncio ouvindo banda marcial.
Nos adaptamos a modernidade nos entregamos as “mordomias” que a tecnologia nos oferece, mas mesmo assim continuamos brasileiros, gostamos e respeitamos nosso país, e não deixamos de ficar eufóricos, de nos emocionar, e nos uniformizar. Contudo estamos cada vez mais decepcionados como nossas elites governantes, surge ai o esporte como evasão dos nossos sentimentos de nacionalidade.