terça-feira, 6 de setembro de 2011

A comodidade do adolescente diante da política






A adolescência é considerada uma crise vital, entendida como transformação, sem a conotação de algo negativo, que perpassa por alguns anos, todos os seres humanos. Desencadeando neles as mais variadas reações; por ser um momento crucial na vida do homem e constituir uma etapa de desprendimento, torna-se importante o tratamento da escola e da família para com o adolescente, pois nessa idade é que ocorre a maioria dos distúrbios, que se encontram posteriormente nos adultos. Esses distúrbios e problemas surgem em grande parte frutos de abusos de pais, de professores, de colegas. Essas seqüelas ocorrem principalmente com a questão da sexualidade; porem podem definir medos questões comportamentais de relacionamento que afetam a vida da pessoa adulta.
Ao adentrarmos então na questão do adolescente inserido na política, nos deparamos com um campo muito abrangente, pois não podemos esquecer que o conceito de política não se fundamenta somente pela política partidária, mas sim qualquer sociabilização ao que o indivíduo é submetido, um encontro entre amigos uma conversa familiar, um grupo de jovens, essas manifestações também se caracterizam como relação política.
Torna-se complexo então, inserirmos um adolescente com uma identidade a ser formada num mundo político partidário. Sabemos que o adolescente já está encaixado na política social automaticamente
Para analisarmos a relação do jovem com a política partidária devemos nos remeter aos anos 60 e 70 onde o jovem respirava um clima de constante embate político; onde ele era convidado a participar. Grande parte dos adolescentes estava preocupada com questões de âmbito social e político partidárias. Era indispensável colocar-se em um dos lados esquerda ou direita, aliás, os jovens sabiam o que isso queria dizer.
Entretanto, em uma sociedade onde o individualismo, cada vez mais se impõe de forma coercitiva, a formação de grupos torna-se cada vez mais complexa, ou seja, não se tem um modelo a ser seguido, não se tem uma idéia de futuro coletivo. O individualismo é cada vez mais incentivado nas escolas e universidades. Os jovens simplesmente convivem com o capitalismo e não se perguntam se isso poderia ser mudado ou se isso poderia ser melhor. Indubitavelmente estamos enfrentando uma crise de “valores”, uma crise das estruturas sociais que foram criadas para dar sustentação à coletividade, e que na prática, passaram a extinguir a coletividade em detrimento do individualismo e de favores pessoais. Alem dessas questões levantadas acima podemos muito bem nos remeter a falta de uma “Utopia” (utopia não vista como algo impossível de ser alcançado, mas sim como um objetivo norteador para nossa vida, que vai nos levar a lutar constantemente) a ser seguida no contexto mundial em que os jovens se inserem, não temos mais porque lutarmos, pois a geração que lutou por mais igualdade, por liberdade e muitos outros valores não conseguiu alcançá-los e deixou então o jovem, em um estado ocioso em relação as possíveis mudanças a serem buscadas. Hoje para reforçar essa acomodação o jovem se depara com uma sociedade que massifica, que repreende o jovem que se manifesta contra o sistema; outro fator que nos leva a essa acomodação, é o fato de o jovem receber tudo pronto dos meios de comunicação, mas vale lembrar que esses meios de comunicação são elitizados, e essa elite não tem nenhum interesse em criar uma juventude atuante politicamente, pois os maiores ameaçados seriam eles mesmos.
Nesse sentido, há uma descrença geral com a política, principalmente no caso brasileiro. As universidades e as escolas têm papel fundamental nesse sentido: que cidadãos as escolas e as universidades estão formando? Novos valores sociais devem ser postos em prática, dentro e fora das universidades e escolas. Seria esse então o papel dos educadores?


Diego Dal Bosco Almeida
Jonas Balbinot

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sete de setembro outra vez!!!

Sete de setembro outra vez!!!

Jonas Balbinot

Era sete de setembro de 1822, as margens do Ipiranga D. Pedro I, estava entrando para a história ao gritar bravamente “independência ou morte”. É ele morreu e outras muitas gerações também “passaram desta para a melhor”, porém a data ficou como um marco em nossa história. Mas marco de que? Quem sabe de um processo histórico, longo e complexo que levou D. Pedro I a declarar nossa independência? Quem sabe de um golpe das oligarquias para livrar-se da dominação portuguesa? Ou quem sabe da conquista de nossa liberdade?
Novamente estamos comemorando a semana da pátria! Ou ao menos deveríamos estar! Afinal essa é a data magna de nossa nação. Durante os anos posteriores à independência, de uma forma ou outra, esse feito foi lembrado, exaltado ou criticado. Os pomposos desfiles militares, eram assistidos pela população eufórica, com a participação de estudantes animados e uniformizados. Assim foi durante a Era Vargas, as comemorações iam de segunda a segunda não importando as condições em que eram realizadas, e eram noticiadas intensamente, através da imprensa. E assim continuou sendo durante o período dos governos chamado de populistas, onde se buscava robustecer o Estado Nacional, economicamente, mas também enquanto nação. Não foi diferente durante o governo autoritário de 1964, que tinham nos desfiles a oportunidade de demonstrar seu poder. Nesse período comparecer ao desfile de sete de setembro era questão de honra para quem se julgasse brasileiro, ou até mesmo questão de polícia.
Na ultima década do séc. XX e inicio do séc. XXI período que sucede a redemocratização do Brasil, ouve-se dizer com muita freqüência, que a época das comemorações cívicas acabou juntamente aos governos autoritários, militares e suas tentativas de forjar um sentimento nacionalista, isso leva o povo a evitar as comemorações cívicas, bandeira, hino, e outros símbolos são esquecidos.
Mas podemos nos perguntar, porque os cidadãos brasileiros não querem sair com a bandeira no dia da independência, não participam de desfiles, não cantam o hino, se é que sabem canta-lo, os estudantes só desfilam quando ganham um ponto na média, afinal pagar mico de graça não pode. Será que perdemos o sentimento nacionalista? Não mais nos orgulhamos do nosso país? Ou esse sentimento mudou de feitio?
Quando num clássico do esporte brasileiro, pintamos a cara de verde e amarelo vestimos camisetas nos enrolamos em bandeiras, cantamos o hino com os atletas, quem não gosta de vencer a Argentina nos “últimos minutos”. Ah tudo bem o Brasil é o país do futebol ta explicado, mas e quando vibramos e nos emocionamos ao ver os vôos de Daiane dos Santos, os pontos da seleção de vôlei, as cestas da seleção de basquete, quando acordamos cedo no domingo para “torcer” para o Barrichelo, ou vamos dormir mais tarde para ver o Popó nocautear alguém, quem não se arrepiou ao ver a bandeira do Brasil sendo hasteada, e ao ouvir o hino no pódio olímpico. Ah, agora sim somos brasileiros de corpo e alma, nos orgulhamos do nosso país, afinal é muito mais fácil ser brasileiro no sofá de casa com pipoca, cerveja, com o controle da TV em mãos, do que na rua vendo desfile, debaixo de sol ou chuva, de pé, em silêncio ouvindo banda marcial.
Nos adaptamos a modernidade nos entregamos as “mordomias” que a tecnologia nos oferece, mas mesmo assim continuamos brasileiros, gostamos e respeitamos nosso país, e não deixamos de ficar eufóricos, de nos emocionar, e nos uniformizar. Contudo estamos cada vez mais decepcionados como nossas elites governantes, surge ai o esporte como evasão dos nossos sentimentos de nacionalidade.