terça-feira, 9 de março de 2010

Grandes Navegações


Com a formação dos Estados nacionais na Europa, surgiram países fortes e organizados, com Reis poderosos que tinham centralizado em suas mãos o poder político e econômico. Conjuntamente formou-se uma poderosa nobreza, além de uma burguesia rica, ambas usufruíam largamente de produtos importados de países como a Índia, produtos estes conhecidos por especiarias (canela, cravo, pimenta, noz moscada etc.) utilizadas para disfarçar o cheiro de podre da carne e para melhorar o sabor e aspecto de outros alimentos. Além das especiarias vinham tecidos e produtos de luxos, como seda, tapetes e enfeites para as casas.
Esses produtos eram transportados por terra e por mar até chegarem às casas dos Europeus. O comércio por terra era dominado pelos muçulmanos, enquanto o mar até o momento navegado, o Mediterrâneo, estava nas mãos dos Venezianos e Genoveses, que detinham o monopólio comercial, e a partir de 1473, com a tomada de Constantinopla pelo Império turco-otomano o domínio do Mediterrâneo passou as suas mãos.
Diante do alto custo das especiarias, e com o “desvio” do Mediterrâneo fechado, portugueses e posteriormente espanhois se lançaram ao Oceano Atlântico, vencendo o medo das lendas espalhadas pela Europa sobre os perigos de se navegar águas tão distantes. O intuito inicia destas navegações era chegar à Índia contornando o continente Africano e trazer a custos baixos as preciosas especiarias.
Com o poder político centralizado em suas mãos, com muito dinheiro nos cofres devido a política econômica denominada Mercantilismo, com o período de paz do século XV, e auxiliados também pela posição geográfica, os Governos de Portugal e Espanha, investiram pesado na arte da Navegação, descobertas como a Bússola, o Astrolábio (instrumentos que media a altura dos astros, que permitia saber a localização dos barcos pela distância inicial e final de determinado astro), quadrante (instrumento com a mesma função do astrolábio saber a distância do ponto de partida do barco.)



Abriremos aqui uma discussão sobre a Escola de Sagres, durante muitos anos, esta Escola foi aceita como o centro formador de navegadores, do mundo ocidental, reunindo todos os grandes conhecedores das artes da navegação. Atualmente a existência desta escola foi desmistificada, segundo o historiador português Joaquim Romero Magalhães declarou ao jornal a Folha de São Paulo: “Realmente a Escola nunca Existiu. Os compêndios de história em Portugal, já nem falam da Escola de Sagres, no Brasil é que ainda tem isso. É uma coisa do século XIX, quando se apostava na reforma da sociedade por meio do ensino escolar e não se admitia que no século XV pudesse haver conhecimento que não fosse aprendido em um banco escolar.”

O avanço das navegações ocorreu gradativamente, a tomada do porto africano de Ceuta em 1415, abriu os caminhos para o mar, chegando depois a Guiné em 1434 ao Congo em 1482, chegando em 1498 às Índias, com essa busca por chegar a Índia os Espanhois e Portugueses, chegaram as novas terras, ou seja, “descobriram as Américas”, o termo descobrir é utilizado pela visão eurocêntrica da época, porém sabemos que as terras americanas eram densamente povoados e muito desenvolvidas, civilizações como os Incas, Maias e Astecas estavam num patamar muito próximo as civilizações europeias.